segunda-feira, 13 de julho de 2015

Tininho chegou lá:



Não tinha tempo ruim para o Tininho. Podia estar o maior sol, calor de 40 graus ou então uma chuva daquelas, com um frio de vento sul. Lá estava o Tininho acompanhado de sua melhor amiga, a bola.
O lugar onde morava era distante de tudo e, apesar de sua mãe dar sempre força a apoio, não cansava de repetir que ele não teria oportunidade de jogar futebol. Mas Tininho era teimoso, não desistia, ia em frente e tinha certeza que iria se dar bem.
Passou o tempo e, num certo dia, chegou um senhor, apaixonado por esportes, disposto a montar uma escolinha de futebol para a molecada. Era a chance para Tininho participar da escolinha do seu Valter.
E não deu nem tempo. Tininho com sua bola apresentou-se ao novo comandante, seu Valter; junto com ele, outros vieram, a turma crescendo, os treinos acontecendo, muita animação e determinação. Conseguiram do seu Manoel, dono da padaria, um uniforme meio surrado, mas que dava pro gasto.
Os pais incentivando durante os treinos e o técnico, seu Valter, era um cara mais que especial, que tinha amor por seus alunos.
A molecada queria jogar a sério, participar de uma competição e o seu Valter, prontamente atendeu ao pedido. Convidou uma equipe da cidade mais próxima e o tão sonhado torneio iria acontecer.
No domingo seria realizada a competição e Tininho custou para dormir na noite anterior, planejando as jogadas que faria, sonhou com um golaço de falta no contra pé do goleiro e correndo pro abraço dos amigos.
O Sol nascendo e Tininho já está de pé, toma um bom banho, um café reforçado, capricha no visual e, de bicicleta, segue rumo ao campo do jogo. O velho campo havia recebido um tratamento especial, grama cortada, as traves com uma nova mão de tinta, tudo pronto para o grande jogo dos alunos do seu Valter.
Hora do jogo, seu Valter chama o time pra roda, faz sua preleção e pede empenho aos atletas. Apita o juiz, Duque, que é motorista do ônibus escolar e sem essa de estudar o adversário. Tininho grita com o time, o goleiro lança a bola, o lateral domina com classe, parte pra cima de seu marcador, dribla com facilidade, cruza com perfeição, Tininho mata no peito e num sem pulo sensacional, coloca a bola na gaveta, onde a coruja dorme como diria o locutor de rádio.
A partida segue, o time do seu Valter domina tranquilamente o adversário e Tininho é o grande destaque após os 4 x 0 no apito final.
Encostado no alambrado do campo, seu Artur observava o moleque habilidoso, com grandes jogadas, além da determinação na marcação do adversário. Era apenas o início.
Tininho participou de várias competições nas categorias de base, passou numa peneira de um grande clube, foi para o profissional e, sempre com muita dedicação, perseverança e respeito, teve uma carreira de sucesso nos gramados e no final do ano passado, transferiu-se para o Barcelona.
Mesmo com todo esse sucesso, tem uma coisa que Tininho sempre se lembra  muito bem e a todo momento. O apoio e a dedicação que tiveram a sua mãe e o seu Valter.

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