quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

JUSTIÇA SOCIAL ENTRA EM CAMPO

             

Justiça Social. Desejo de muitos e presente para poucos. E o jogo não é moleza. Tem a turma que só leva em banho Maria, toca a bola de lá pra cá, dribla um, dois, toca de lado novamente e quando chega na cara do gol, dá um chutão por cima da trave.
Não querem ganhar, pois se continuar do jeito que está, melhor ainda, afinal, mesmo que o gol não saia e percam o jogo, a história é a sempre a mesma, ganham de alguma forma.
Pode ser você sozinho, logo aparece um que acredita na causa, outros se juntam ao grupo, bola pra frente, buscando mudanças, brigando pelos seus  direitos , seguindo seus deveres e logo serão muitos que irão partilhar das mesmas idéias, entrarão em campo dispostos a ganhar com vontade, desempenhando suas funções com o máximo de eficiência possível, cobrando das autoridades, ações que tenham como objetivo o combate ‘as práticas de corrupção,  de expulsar de campo, aqueles que tentem vencer a qualquer custo.
Educação é fundamental para que os resultados aconteçam, com  a execução de um trabalho de base bem elaborado, bem orientado, onde cada um de nós faça a sua parte, mesmo que , levando muita pancada, caindo e levantando e não desistindo.
O jogo promete ser longo e muito disputado, mas depende de nós alcançarmos um grande resultado por uma sociedade mais justa.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FUTEBOL DE RUA

Turma, depois da aula, tem pelada no campinho. Não tinha erro e o encontro estava marcado com a molecada. Vai ter futebol.
E nada de muita frescura, essas coisas de regras escritas, todo mundo descalço e a palavra de cada um é que valia. Gritou, é falta, e o jogo era parado. De vez em quando, tinha um ou outro que não aceitava, teimava que não havia sido mão, mas sem chances, a falta era marcada e o jogo rolava solto.
Par ou impar e nada dos dois craques da rua estarem no mesmo time. Era um pra lá e outro pra cá. Quem quer ser goleiro? Então, um pra cada lado. Se não aparecesse nenhuma boa alma pra catar no gol, muitas vezes sobrava pros perebas ou então, combinavam que todos jogariam um pouco no gol.
Time com camisa faz gol na garagem da D. Berta e o time sem camisa vai bombardear o portão da D. Emilia. O dono da bola tinha algumas regalias e sempre dava um jeitinho de cair no melhor time, caso contrário, tinha o perigo dele pegar a bola e se mandar pra casa.
Bola na lateral ou escanteio, “ é nossa” e quem pegasse primeiro, fazia, rapidamente, a cobrança, sem direito a choro.
Deu bicão na bola que foi cair na casa daquele cara chato, tem que ir buscar. E aquele grito que ecoava na vizinhança, uma entrada dura na canela, quebrou, não quebrou. Falta garantida no berro.
Uma vez ou outra, o clima esquentava, um bate boca rolava, início de confusão, mas a turma do deixa disso logo chegava, acalmava e a pelada continuava.
A bola correndo solto, todo mundo suando muito, cansados, a noite chegando.
O jogo tá 8 X 1 pro time sem camisa, as mães chamando pro banho, dando um ultimato, ameaçando que, se não viessem imediatamente, o castigo viria a cavalo.
A regra é clara, como diz o Arnaldo. Quem fizer o primeiro, ganha.

MOSTRA A FAIXA, CAPITÃO



E não tem pra ninguém.Estão vendo essa faixa no meu braço? Eu sou o novo capitão do time. Nem adianta reclamar ou pedir alguma coisa. Não tem conversa e quem manda aqui sou eu, deu pra entender?
Eu escolho os titulares, quem joga aqui e ali, quem vai ficar no banco e sem choro. Reclamou, tá fora. E voces aí no fundo da sala, mais uma gracinha e dou um bom gancho pra todo mundo.
Assim era o capitão. Linha dura, sem diálogo, sem papas na língua e o jogo ia ter início.
O grande capitão, o dono da bola, gritando com todo mundo, fazendo pressão, mandando e desmandando, enquanto o técnico seguia calado no banco de reservas.
O jogo segue, o adversário parte pra cima e num lance perigoso, bola na área, a defesa aberta, eis que surge o grande capitão, todo senhor de si, com o famoso, deixa que eu resolvo sozinho, arma a perna direita, bola meia altura e o canhão sai dos pés dele e vai subindo , subindo, perdendo a força e, descendo, descendo, até que, finalmente, é parada pelo capô do carro do seu Pimenta.
O homem invade o campo, cuspindo fogo, intimidando a molecada, ameaçando que iria chamar a polícia e  reclamar com os pais deles. Queria saber quem tinha sido o autor do “ crime” contra seu carro.
Silêncio total. Ninguém ousa se mexer, um olhando para o outro, sem saber o que fazer. E agora, José? vai sobrar pra todo mundo e pode esquecer as peladas de rua durante um bom tempo.
Mas, peraí, e o bom da boca? o que manda e desmanda, que nunca escuta ninguém e decide sozinho, fazendo o que bem entende?

E o coro é geral. Mostra a faixa, capitão, que o seu Pimenta quer ver.