quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

CACHORRINHO OLÍMPICO



Durante os Jogos Olímpicos, os melhores atletas em suas modalidades, buscam seus melhores resultados, seus limites, coma esperança de conquistar uma medalha.
Em 2000, na Olimpíada de Sidney, os organizadores decidiram inovar, com a alteração no regulamento.
Uma delas foi na natação, com a ampliação de atletas de países sem nenhuma tradição, permitindo que eles participassem sem a exigência de atingir os índices mínimos de tempos para as provas nessa modalidade.
Caíram na piscina, representantes da África, Ásia e América Central, cujos tempos eram quase o dobro dos atletas de ponta.
E assim, o africano Eric Moussambani, da pequena Guiné Equatorial, entrou para a história.
Ele treinava há pouco tempo, numa piscina de hotel com 20 metros de extensão( as piscinas olímpicas tem 50 metros).
Chegou em Sidney para a prova dos 50 m, porém seu treinador resolveu colocá-lo na prova dos 100m, por ser uma prova mais clássica e, assim, dar maior visibilidade para seu país.
Na série classificatória, tinha ao seu lado um atleta do Tadziquistão e outro do Niger.
Nos blocos de saída, 'as suas marcas...prontos, e o afobado atleta do Tadziquistão, caiu na água antes do tiro, queimando a largada. No embalo desse, e, assustado, o representante de Niger também jogou-se na água antes da hora.
Com os dois atletas desclassificados por queimarem a largada, Eric nadou sozinho, mas quem pensou que seria moleza, enganou-se.
dando o máximo de si e com um estilo estranho de nadar, lá foi ele para os primeiros 50m, preparando-se para a virada.
Bate na borda e agora faltam apenas 50m. Apenas? o cansaço deu sinal de vida, respiração ofegante, engolindo água, um pouco no estilo crawl, um pouco de peito e, finalmente, apelou para o tradicional nado cachorrinho.
Faltando poucos metros para terminar a prova, simplesmente parou, deu pinta que iria afogar-se, os fiscais já prontos para um resgate, mas que nada, Eric trouxe lá do fundo da piscina, suas últimas forças e, bravo!!, tocou na borda da piscina, completando a prova.
Seu tempo? 1 minuto, 52 segundos e 72 centésimos. Isso pouco importava para ele, pois tinha tudo de si, superando seus limites.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

BONÉ DO CAPITÃO



O juiz apita uma falta, reclamação geral e, imediatamente, o capitão vai pra cima dele, reclamando que a jogada foi na bola.
O capitão nem sempre é o craque do time, mas é fundamental que ele tenha espírito de liderança dentro e fora de campo. Acima de tudo, ele precisa conquistar o respeito dos demais jogadores, defender seus direitos e cobrar, quando preciso. Tem a capacidade de saber transmitir, durante uma partida, o que o técnico passou na preleção, nos treinamentos e até mudar a forma de jogar para ganhar um jogo.
É o líder nato, berrando com seus companheiros, as vezes mais calado, mas empurra o time pra frente, é o primeiro e último a sair dos treinamentos, sempre observando o rendimento dos jogadores.
Conversa com o juiz sobre as faltas que acontecem de maneira respeitosa, pois a faixa de capitão não lhe permite agir de qualquer forma, embora alguns sejam mais chatos. Faz a leitura do jogo, sempre de olho no técnico, orienta os jogadores dentro de campo, incansável, sempre empurrando o time pra frente.
Voltando no tempo, o futebol era um jogo de cavalheiros e, por essa razão, não havia necessidade de alguém para interferir durante a partida. Todos se respeitavam, acusavam as faltas cometidas, tal qual nas peladas de rua, que quando uma falta é cometida, logo alguém grita, falta!! E o adversário para a jogada para a cobrança da infração.
Mas os tempos são outros e, com o passar dos anos, esse tipo de atitude já não garantia o bom andamento de um jogo e, antes do aparecimento da figura do árbitro, era formada uma comissão, que ficava do lado de fora do campo. Era só algum jogador reclamar de uma jogada mais dura, pedindo falta e a tal comissão entrava em campo para decidir sobre o lance.
Se você está pensando que tudo se resolvia facilmente, sem nenhuma discussão, meu amigo, isso é futebol e a graça está aí, pois nem sempre se chegava a um acordo, dependendo da decisão da comissão. Para evitar uma bagunça geral, ficou acertado que apenas um jogador de cada equipe, seria o reclamão da turma e, para diferenciá-lo dos demais atletas, usaria um boné.
Na língua inglesa, boné é CAP e quando equipes inglesas jogavam entre si, um dos jogadores era designado como CAP e, todos pensavam que fosse uma abreviatura de capitão.
A moda pegou e muitos esportes incorporaram a figura do capitão como líder de uma equipe.
A glória maior na carreira de um capitão e em uma final de campeonato, título conquistado e ele erguendo a taça.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

PODEROSO DOPING

  



Com o recente escândalo da equipe de atletismo da Rússia, as possibilidades de casos de doping nos Jogos Olímpicos que serão realizados no Rio de Janeiro em 2016, são muito grandes e para isso, o COI (Comitê Olímpico Brasileiro ) e a WADA ( Agência Mundial Antidoping), estão mobilizando-se, com a promessa de jogar pesado contra os infratores.
A pressão para alcançar os melhores resultados nas competições que participam, a busca incessante por recordes, deixar tudo de lado e treinar intensamente, sempre mais e mais, superando os limites do corpo, com o pensamento voltado para a conquista tão sonhada e desejada de uma medalha olímpica e, assim, definitivamente, gravar seu nome na história do esporte. Tudo isso passa a ser uma obsessão.
Mesmo com todo esse “sacrifício”, nem sempre é possível chegar no lugar mais alto do pódio, somente com talento e força de vontade, afinal, há muitos outros atletas que correm atrás desse mesmo objetivo.
E é nesse momento que bate o desespero e muitos atletas acabam desviando-se do caminho e batem de frente com o doping, utilizando substâncias ilegais para melhorar o desempenho atlético.
Em Jogos Olímpicos, o primeiro caso de doping foi em 1968, na Cidade do México, quando um atleta sueco que competia no Pentatlo Moderno, resolveu dar uma relaxada entre uma das cinco provas que compõe a modalidade. E mandou ver, goela abaixo, duas garrafas de cerveja. Feito o exame e detectado a presença de álcool, teve que devolver a medalha de bronze que havia sido conquistada.
Nas edições seguintes de Jogos Olímpicos, apenas em 1980, em Moscou, não houve nenhum caso de doping. Em Atenas- 2004, que, por sinal, teve o maior número de doping, aconteceu um caso curioso. O campeão irlandês de hipismo,  Cian O`Connor, foi punido durante a prova de saltos. Ele não havia se dopado, mas o seu cavalo foi desmascarado com substâncias ilegais. Quem se deu bem nessa, foi o cavaleiro brasileiro, Rodrigo Pessoa, que havia chegado em segundo lugar e herdou o ouro na modalidade.
O esporte tem o lado limpo, o lado puro, onde o atleta tem que ter seu corpo livre para competir e tem o lado mais escuro, com o doping sendo a estrela. 
Talvez leve tempo ou até mesmo, não se consiga resolver essa questão do doping. 
O esporte internacional nos parece incapaz de alterar esses rumos e o doping, que vem acompanhando os Jogos Olímpicos e outras importantes competições durante décadas, tem sempre novos métodos de mascarar resultados, passando por cima de tudo e de todos, de olho nos altos prêmios em dinheiro e da glória inglória do sucesso.
Todos precisam vencer a qualquer custo e pouco importa que consequência possa vir no futuro.