sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O DIA QUE O MANINHO JOGOU COM O PATO


O nosso é o próximo? Impaciente na beira do gramado, Maninho queria saber se o time dele seria o próximo a jogar.
Sentado numa arquibancada improvisada, um cara perguntou ao Maninho se o time dele estava completo e, sem virar-se, já   nervoso com a espera da entrada em campo, respondeu de bate pronto...é a vez do meu time e tá completo, ô meu! Se quiser jogar tem que fazer seu próprio time e aguardar, e virou-se para o estranho...ops!!!! Mas você não é o Pato? É você mesmo? O que tá fazendo aqui, não deveria estar treinando no Milan?
Na maior calma, Pato disse que estava em férias no Brasil e que resolveu aparecer naquele campinho, pois um  amigo havia dito que um tal de Maninho espalhou para todo mundo no bairro que o maior sonho da vida dele seria um dia poder jogar ao lado do Alexandre Pato.
E então, será que tem uma vaguinha aqui pro Pato no seu time?
Cai fora, Perneta, ordenou Maninho que  hoje quem faz dupla de área comigo é o Pato. O jogo estava para começar e o Maninho não parava de esfregar os olhos, não acreditando que iria fazer  a dupla de ataque com o Pato.
Não é mole não. Arrebentaram com o jogo, gols de letra, passes inacreditáveis, tabelinhas mágicas, Maninho era só alegria. Aquele dia foi especial e Maninho e Pato fizeram a melhor dupla da história daquele campinho.
Alguns companheiros até arriscaram que o Maninho teria uma oportunidade para fazer um teste no Milan.
Fim de tarde, já anoitecendo e Maninho não ia perder essa chance; convida o Pato para ir jantar na casa dele e assim, poder mostrar seu arquivo pessoal com reportagens e fotos do seu ídolo, Pato.
O Pato pediu desculpas, mas infelizmente não seria possível, pois já havia assumido outro compromisso e teria que ir embora.
Inconformado com a situação, mesmo assim, Maninho não desistiu e numa última tentativa de conseguir convencê-lo, começou a berrar como um louco.
Pato!!! Pato!!!! Fica mais um pouco, fica. Paaaaaatooooo!!!!!
Vê se acorda, moleque. Tá na hora de ir para a escola e você gritando, parecendo um maluco.
E quem é esse tal de pato que você tanto chama?


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quem pode, pode.



Vale tudo! O cara ganha uma grana e já vai se achando, que pode tudo e não quer nem saber.
Parte da culpa é dele, sem dúvida, mas a culpa maior é do DUPLOÇÃO. É isso mesmo duplo ÇÃO.
Da falta de educaÇÃO e de puniÇÃO.
Ontem a praia de Porto Belo estava lotada, gente tomando sol, conversando, aproveitando o final do feriado, muitos barcos, lanchas, um pessoal nadando, crianças brincando na beira da água, tudo tranquilo, até que... um idiota pegou o jet ski, colocou na garupa uma criança com uns 6, 7 anos e saiu numa velocidade de fazer inveja ao Vettel. E mais...nem o idiota folgado e nem a criança estavam com coletes salva vidas.
E como se não bastasse. a idiotice do idiota, retornou 'a praia, soltou a criança que deu lugar para outra criança.
Sempre no pau e sem coletes. Vale tudo mesmo.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O DIA DO JUIZ


Festa pronta para receber um grande evento esportivo na pequena cidade do interior. Todo mundo se mobilizando para dar tudo certo. Empresários do comércio local, vereadores e até o prefeito, que não poderia faltar, é claro! Não tinha quem não quisesse participar de algum jeito.
No domingo a seleção da cidade receberia um time da capital para um jogo histórico e, como iremos ver, histórico mesmo. Essa equipe, que já havia conquistado inúmeros títulos tanto no Brasil, bem como em competições internacionais, tinha, entre outros, no seu elenco, o excepcional e mestre da bola Coluna, ponta direita driblador e artilheiro. Era o craque do time e tendo em currículo o título de campeão mundial pelo nosso país numa Copa do Mundo.
Junto com a delegação, veio o árbitro escolhido para dirigir a partida amistosa. O Sr. Esculápio da Costa, também conhecido no meio futebolístico de Seu Larápio.
Equipes em campo, festa na torcida, tudo pronto e apita o início do jogo. Desarme no meio campo, bola lançada na ponta direita, Coluna avança, deixando para trás o zagueiro, o goleiro crescendo ‘a sua frente, uma finta para esquerda e... o juiz marca impedimento. Vaias e reclamação geral, mas o jogo segue.
Aos 30 minutos do primeiro tempo, Coluna rouba a bola no meio campo, dribla um, dribla dois, balãozinho no zagueiro, invade a área e...POW!!!!!! É pênalti!!!! Que nada, o seu Esculápio larápio diz que se jogou, dá falta para o adversário e cartão amarelo para o Coluna que sai bufando de raiva e explode.
Pô, seu juiz, até em amistoso o senhor me persegue? E como a reclamação não termina, o seu Larápio puxa o cartão vermelho e expulsa o Coluna.
Coluna segue reclamando em direção ao vestiário e é cercado pelo promotor do evento, pelo Prefeito, não entendendo aquela situação.
Tenta explicar para todos que havia sido expulso de campo por reclamação e, imediamente recebe uma ordem: pode retornar para o campo e jogar, pois gastamos uma grana alta para ver você jogar.
Chegaram ao juiz e o expulsaram de campo. O jogo continuou, Coluna deu um show de bola, marcou três gols e um cara que estava na arquibancada teve um apito perfeito até o final.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CRAQUE x CRACK

                   O moleque era bom de bola, não tinha pra ninguém. Na hora da escolha dos times era sempre o primeiro a ser chamado e não deixava por menos. Arrebentava com o jogo. Com dribles que deixavam o marcador procurando a bola, uma habilidade fora de série, um chute potente e quando preciso um toque de leve desconsertando o goleiro. O gol era um companheiro constante e fazia de tudo quanto é jeito.
Já tinha gente de olho nele para levá-lo para um time grande de São Paulo. Enquanto aguardava esse dia, seguia participando de campeonatos da região. Era figurinha carimbada e jogava ao mesmo tempo em três competições diferentes e sempre com enorme destaque. Na casa dele, arrumava uma maneira de poder guardar todos os troféus e medalhas de melhor jogador e artilheiro.
E foi levando, levando, conquistando e
vencendo, até que um dia foi levado.
Já não tinha a mesma vontade de jogar, a bola começou a bater na canela, corria ou tentava correr para não chegar, respiração ofegante, cansado e, ao invés de brilhar nos campos, passou a ter cadeira cativa no banco de reservas e perdeu a alegria de jogar.
O craque da bola havia perdido a batalha para o crack da vida, ou melhor, da morte.
Não sou nenhum especialista nesse assunto, mas acredito que as políticas sanitárias e de segurança pública não conseguem atingir seus objetivos e assim, o poder destrutivo do crack torna-se cada vez mais forte.
Talvez um dos pontos fundamentais na questão de combate ao crack comece por um eficiente trabalho de prevenção. Mas quem irá executar esse trabalho? O professor, os pais, o cidadão comum? Desde que haja uma preparação para essa tarefa e, principalmente, que seja feita de maneira constante, permanente e incansável, quem sabe consigamos o triunfo esperado.
O jogo já começou, o adversário é difícil de ser batido, mas temos que seguir em frente, tentar o gol e calar a boca do crack e, enfim podermos vibrar com nossos verdadeiros craques da bola, da vida e da sociedade, fazendo muitos gols e vencendo esse desafio.
O espírito do esporte é uma expectativa de uma vida saudável e feliz, ao contrário do crack que nada mais é do que uma sentença de morte.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CAIO: O FILHO DA D. MARIA ALTIVA E DO SEU CALINHO


    Talvez a molecada de hoje, que joga no Baixio, no Ginásio ou no campo do Vila Nova, não saiba quem é ele, mas os mais velhos, esses tenho certeza que lembram e muito bem do Carlos Antônio da Silva Filho, o CAIO.
Cabeça erguida, passos largos, muita visão de jogo e uma habilidade fora de série.
    Assim era o Caio, filho da D. Maria Altiva e do Seu Calinho.
    Foi um dos primeiros amigos que fiz quando cheguei a Porto Belo. Eu o chamava de Baia, um cara boa praça, bom de papo e quando eu ia até sua casa, na Vila Mateus, seja para ouvir o som do Zé Ramalho ou ver um jogo do Botafogo, era como se eu não fosse um cara de fora e me sentia como um nativo, tamanha era a hospitalidade dele e de toda sua família.
   E tinha o futebolzinho no fim de tarde em frente ‘a casa do Dr. Sergio do Baleia Branca, a turma toda reunida, de vez em quando, uma escapada na venda da D. Daíca. Na areia ou no campo, o Caio esbanjava categoria e tomava conta do meio campo, batendo a bola com maestria.
   Lembro-me de um torneio em 1978 e tenho a foto para comprovar. Eu ainda morava em São Paulo e o pessoal daqui avisou que teria um torneio de futebol no final de semana, no campo do Vila Nova. Não pensei duas vezes, peguei o ônibus e no domingo, estava em campo, jogando na zaga do segundo time do Vila Nova, junto com o Caio e outros companheiros. Na posição que eu jogava, era fácil de perceber a categoria que o Caio tinha.
   Mesmo que por pouco tempo, fiz uma amizade muito forte com ele e com toda a família da D. Maria Altiva e do Seu Calinho, que me acolheram tão bem.
   E não tem como esquecer aquele delicioso doce de mamão verde.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A BOLA DA VEZ

  
A roda entrou para a história e é impossível entender o mundo sem ela. Fico só imaginando os egípcios carregando pedras e mais pedras nas costas e chega a roda colocada numa carrocinha para facilitar a dura vida deles.
Mas será que eles, entre uma roda e uma pedra, na folguinha que tinham, não batiam uma bolinha? Daí aparece um grego ou egípcio, sei lá, atirando e chutando um troço redondo. Falta do que fazer.
Milhares de anos já se passaram e os chutes, arremessos e passes não param em muitas modalidades esportivas onde a bola é fundamental.
Mas afinal, quem inventou a bola? Só sei que desde a pequenina bolinha de gude até a maior delas, acredito eu, a bola de basquete, a bola é a bola da vez e bola pra frente.
Com as mãos, com os pés, com a cabeça, dando raquetadas nela, tacos arremessando o mais longe que consigam, ou, com precisão, tentando acertá-la num buraco de uma mesa. E lá vem ela, os pinos em pé, aguardando a cacetada de uma bola pesada tentando derrubá-los.
A bola nasceu bola e é bola até hoje. Tá certo que no início, algumas feitas com couro, eram mais pesadas. Agora mais leves, mas o jeitão é o mesmo.
Bolinha de gude, sinuca, ping-pong, boliche, badminton, hóquei sobre o gelo ou na grama, pelota basca, polo aquático, voleibol, frescobol, basquetebol, futebol de areia, rúgbi, tênis, futsal, golfe, futebol americano, críquete, squash, futebol de campo. Sempre a bola a dona do jogo.
De uma forma geral, os esportes vêm sofrendo alterações ao longo dos tempos. O tênis de campo, por exemplo, não é o mesmo que se jogava na década de 60, num estilo mais clássico e hoje, é a força física que decide uma competição. No futebol de antigamente, sobravam mais espaços em campo, enquanto que hoje você observa os jogadores correndo o tempo todo, marcando e a bola, é deixada em segundo plano.
Talvez o mundo atual esteja mais agitado e a bola acabou assimilando essa característica.
Bom chega de papo, pois tá na hora do pessoal bater uma bolinha no Baixio.