segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TEM LÍDER NA ÁREA

Filé joga num time que o chefe é um chato. Há cinco anos ele era o terceiro reserva do goleiro. O titular foi vendido para o exterior, seu reserva imediato sofreu uma séria contusão no joelho que o obrigou a abandonar o futebol e o segundo reserva, cansado de esperar por uma vaga no gol, resolveu treinar na linha e hoje é um razoável cabeça de área.
Finalmente, Filé ganhou sua chance, mas o comandante estava sempre pegando no seu pé. De pouco sorrisos, cara de bravo, exigindo, a todo instante, mais e mais trabalho; mesmo quando os resultados positivos aconteciam, queria ainda mais e nada de reconhecer... elogio, nem pensar.
Estilo, deixa que eu falo e você escuta, e ameaçando...se não produzir, já sabe!!! Saudosista, gritava com o grupo que começou limpando o vestiário e cortando a grama do campo, e foi subindo, com muita dedicação até o posto de chefia.
Filé cansou disso, deu um basta e caiu fora. No ano passado foi eleito o melhor goleiro do campeonato. No seu time não tem chefe, mas tem um líder, que sabe o que cada um tem que fazer e que mantém a equipe unida o tempo todo.

sábado, 24 de setembro de 2011

MARATONA: ONTEM E HOJE

Os atletas já estão se preparando para a primeira Maratona Caixa SC, que acontece dia dois de outubro, em Florianópolis e, segundo os organizadores, o percurso foi planejado para ser o mais rápido do país.
Você vai, inscreve-se, calção, camiseta e o velho tênis da pelada do fim de semana. Ôpa!!! uma maratona não começa quando você decide que vai correr. Dormir cedo, acordar cedo, esquecer alguns tipos de alimentos e de bebidas. Treinos e mais treinos e mais treinos, com profissionais especializados, consultar seu médico para assegurar que está tudo Ok.
Você pode até não ter ambições de um alto desempenho, com excelentes tempos, mas quer cruzar a linha de chegada e tornar-se um vencedor, bater no peito e afirmar que completou a prova.
Mas já houve um tempo em que participar de uma maratona era muito complicado. Nos Jogos olímpicos, realizados em St. Louis, nos EUA, em 1904,a prova de maratona foi um caso ‘a parte.
Com uma temperatura de 40 graus, o calor sufocante não assustava, de forma alguma, o “atleta” cubano Felix Carbajal. Trabalhava como carteiro e para poder participar da prova, arrecadou dinheiro nas ruas de Havana, capital de Cuba, porém, após uma visita ao cassino de New Orleans, perdeu toda grana e o jeito foi ir a pé e um pouco de carona até o local da competição e,acreditem , vestindo uma calça comprida, camisas com mangas compridas e um par de sapatos de passeio. Chegando lá, cortou as mangas da camisa e pernas das calças e alinhou-se com os demais competidores.
Um dos favoritos. O americano John London liderou até os 15 km, mas passou mal e abandonou a prova. Carbajal, o carteiro cubano, mesmo parando de vez em quando para bater um papo com o público, assumiu a liderança. Bateu a fome e, não teve dúvidas ao passar em frente a uma macieira; devorou um monte de maçãs, que foram sua desgraça, por estarem verdes. Sentiu-se mal, foi perdendo rendimento, vomitando pelo caminho e, ainda assim, obteve o quarto lugar.
Após mais de três horas, o americano Fred Lorz é o primeiro a cruzar a linha de chegada, aparentando tranqüilidade e nem um pouco de cansaço. Quando já estava recebendo a sua medalha, aparece outro americano, Thomas Hicks, em segundo lugar, alegando que havia tomado a liderança nos 30 km e, a partir daí, ninguém o havia ultrapassado.
Hicks foi declarado vencedor, pois Fred Lorz havia enganado os organizadores da prova, e na altura dos 15 km, abandonou a competição, descansou por um tempo, conseguiu uma carona até o estádio, local da chegada, para pegar suas roupas.
“Esperto” saltou um pouco antes, entrou no estádio, com o público aplaudindo-o ruidosamente. Mas não teve sucesso, admitiu a fraude e foi desclassificado.
O próprio Hicks, vencedor da maratona, estava muito exausto e tomou umas doses de conhaque, dadas por seu treinador, que o ajudaram, sem dúvida, a completar a prova.
Talvez tenha sido a maratona mais bizarra de todos os tempos, embora, cem anos depois, nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, o brasileiro Vanderlei Cordeiro, que liderava a prova, tenha sido agarrado por um maluco padre irlandês.
Mas isso já é uma outra história.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A CASA TÁ CAINDO

Bilé, pescoço pro alto, o Sol na cara, mas os olhos atentos apontando pro céu e pergunta ao Toquinho... é um pássaro? um avião? O Super Homem? Não!!!!  É o UARS. O que? Que bicho é esse?  É um tal de foguete satélite que ta se jogando aqui pro chão e acho melhor a gente se mandar pra baixo da marquise do prédio da NASA, porque ele vem que vem tinindo.Corre Dirma, corre Mano, corre Avaí que a casa ta caindo.

E O BURACO CRESCENDO


Eu entendo minha senhora. Entende o que? Retrucou D. Maria. Já faz 35 dias e a rua onde moro é buraco pra tudo quanto é lado. Eu entendo minha senhora, mas a culpa é da chuva e tem que esperar a terra assentar. E O BURACO CRESCENDO.
E o vizinho, que era só alegria com o carro zero financiado em 60 vezes, ficou uma fera e cliente assíduo das oficinas... é suspensão, os pneus e por aí vai.E O BURACO CRESCENDO.
Um pouco mais adiante, na mesma rua, o asfalto recortado, pois um morador influente, amigo do homem, fez uma ligação de água e O BURACO CRESCENDO.
No sábado de tarde, o Zé vinha de bicicleta, na volta do mercado, desvia daqui, desvia dali, mas o tombaço veio com tudo e O BURACO CRESCENDO.
E não é que os entendidos, numa idéia brilhante, resolveram colocar lombadas nessa rua? E O BURACO DO CÉREBRO CRESCENDO.

domingo, 18 de setembro de 2011

O PODER DA TORCIDA ORGANIZADA

Um conjunto de adeptos de um clube esportivo que seguem uma ordem, com lógica e coerência poderia ser uma definição de torcida organizada.
Embora possa haver exceções, as torcidas organizadas, atualmente, são grupos que só querem mesmo é confronto, brigar com os torcedores rivais, agredirem jogadores e dirigentes, mandando e desmandando e não acontecendo nada.
Em outros países, muitas torcidas se manifestam através de uma cultura de combate, São bandeiras, brasões, cantos que unem os torcedores para um enfrentamento, principalmente, com os principais rivais.
Na Grécia, Turquia, Sérvia, Rússia, entre outros, os clássicos apresentam um grau extremo de violência, fora e dentro de campo. Além da rivalidade esportiva, há questões históricas, religiosas, ideológicas e territoriais que esquentam esses confrontos, onde esses grupos transformam seus clubes em representantes de uma causa, colocando-se como fiéis soldados.
Quando assistimos a jogos que envolvam equipes argentinas, os torcedores hermanos são a alma da equipe, gritando o tempo todo, cantando, as bandeiras tremulando, o papel picado espalhando pelo estádio, proporcionando um grande espetáculo.. Na América Latina, além da parte do espetáculo, temos os grupos que se infiltram, visando lucros e poder, incitando a violência.
No Brasil, a fiscalização tem sido mais atuante e medidas preventivas como a venda antecipada de ingressos e identificação dos torcedores nos estádios, minimizaram os casos de violência, embora, muitas vezes, a lentidão da justiça e a impunidade dos infratores, nos mostra que há muita pedra pelo caminho.
Segundo alguns historiadores, a primeira torcida organizada do Flamengo foi criada em 1942, pelo baiano Jaime de Carvalho, sendo denominado de charanga, pelo fato de seus torcedores irem a campo munido de instrumentos musicais para enriquecer o espetáculo.
Na década de 70, há um crescimento das torcidas, resultando no aumento de brigas, porém, revelando o reconhecimento de lideranças, que foram se politizando, unindo-se e, dessa forma, reivindicando junto às federações, interesses comuns em prol do futebol.
A violência precisa ser combatida através de políticas mais eficientes. O medo de ir ao estádio ainda ronda a maioria das pessoas. As Federações têm procurado em parceria com a Polícia Militar, garantir melhores condições quanto a estrutura e assim, assegurar o acesso e a saída do estádio, bem como durante a partida e, tudo isso tem apresentado melhorias consideráveis, permitindo uma maior segurança para que o torcedor possa acompanhar sua equipe mais de perto.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O BANQUETE

Abro a geladeira, um copo de geleia, um salame pela metade, três fatias de queijo, uma de presunto, o restinho da coca já sem gás, uma caneca com leite, meia cebola e dois tomates...finalmente, achei o que queria.
Num prato branco de sobremesa, ela me esperando, meio caída, ressecada, fria, mas...uma DELÍCIA!!!!
um pedaço de pizza de muzzarella, hummmmm, as 7 da matina.

O CARTAZ

Na fila do banco, aguardando minha vez e chama a atenção um cartaz " NÃO ´FALA QUE EU OUÇO, É FALA QUE EU RESOLVO".
E o cara na minha frente, sendo atendido pela caixa, explica que seu cartão está vencido, que tem que alterar a senha, que tem que sacar dinheiro e que vai viajar...e...como resposta, OUVE que não tem jeito.
Irritado, quem sabe, mudando de planos da viagem, guarda a carteira no bolso, com cara de poucos amigos, xinga todos os Visa, Mastercard, bancos e primos mais próximos.
Sorte deles que ele não leu o cartaz.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CARA OU COROA

Dias desses, a chuva deu um tempo, o Sol brilhando e eu indo trabalhar.
Nada de trânsito, ouvindo uma musiquinha, a faixa de pedestre logo 'a frente e um casal mais velho encaminhando-se para um passeio na praia.
Nenhum carro atrás de mim, o casal para na calçada, aguardando que eu seguisse adiante; eles poderiam esperar uns instantes, pois assim que eu passasse,a rua seria toda deles.
No cara ou coroa, escolhi o lado correto...parei e acenando com as mãos e um largo sorriso, dei passagem ao casal.
Atravessando calmamente, retribuem o sorriso e eu GANHEI O DIA!!!
Simples não? mas tem gente que complica.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

CARTÃO VERMELHO PARA A ARBITRAGEM

O árbitro apita e começa a decisão.Jogo equilibrado, as equipes respeitando-se, saindo no contra ataque até que...o craque do time faz fila, arranca em velocidade e com um arsenal de lindas jogadas, drible da vaca no primeiro, canetinha no outro, chega o zagueiro e leva um balãozinho mas não deixa por menos, dá um carrinho,craque do chão para a maca e o árbitro chama o defensor, dá uma lição de moral, adverte verbalmente, diz que na próxima vai pra rua...mas nada de cartão.
O clima do jogo esquenta, é pancada pra todo lado e o 0 X 0 persiste no placar.Aos 25 minutos do segundo tempo, lá vem ele, novamente fazendo das suas.Mas dessa vez, os carrinhos e as caneladas não conseguem segurá-lo e vai em frente, atropela toda a defesa, fecha pelo meio, invade a área, cara a cara com o goleiro, ginga pra lá e pra cá e...GOLAÇO!!!!!!!!!
Eufórico com o lance genial, corre para a torcida, vibra grudado no alambrado, mas na volta ao campo, o árbitro mostra o cartão amarelo.E o zagueirão lá atrás só ganhou uma lição de moral.
Ah!!!  Esses cartões. Professor, cadê o cartão? Esqueceu em casa?
Até a Copa do Mundo de 1966, realizada na Inglaterra, os árbitros indicavam as infrações através do apito e de gestos.Quartas de final, Inglaterra X Argentina, com um árbitro alemão e nem bem começou o jogo, os argentinos já eram advertidos, ficando a sensação de que tinha alguma coisa no ar.
Ainda no primeiro tempo, o capitão dos “ hermanos”, Rattin, não agüentando mais o apito suspeito, partiu para a reclamação e pediu por um intérprete que, claro, não apareceu. Gesticulando em excesso contra o árbitro, o alemão achando que estava sendo xingado, não teve dúvidas e o argentino foi  mais cedo para o chuveiro. No final, deu Inglaterra, 1 x 0.
Por conta da dificuldade de comunicação entre o árbitro e os atletas, em razão dos diferentes idiomas das equipes participantes, a FIFA instituiu os cartões amarelo com advertência e o vermelho para expulsão, sendo utilizados pela primeira vez na Copa do mundo de 1970, no México.
Na estréia da Copa do México, em 70, jogo entre México  X União Soviética, foram distribuídos cinco cartões amarelos e o cartão vermelho em Copas do Mundo, foi na Alemanha, em 1974 e o premiado foi o chileno Carlos Caszely.
Há 41 anos surgiram os cartões amarelo e vermelho e num ponto, torcedores, dirigentes, atletas e jornalistas, todos concordam. A falta de critérios na aplicação dos famosos cartões.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A MAGIA DO FUTEBOL DE VÁRZEA

Alguns dizem que surgiu na França, nos tempos da Revolução, onde, somente os nobres podiam participar e para não sujar suas roupas, ao invés de buscarem o controle da bola, corriam dela.
Até que um ferreiro, Luc Varzean, mudou a forma do jogo e, assim, as pessoas enrolavam pedaços de pano que se transformavam em “bolas” e todo mundo participava da brincadeira.
No início do século passado, o Brasil ainda não era coberto por uma selva de pedra e os terrenos invadidos pelo mato eram perfeitos para mais um campinho de várzea.
Os campos eram improvisados, sem tamanho definido, nem sempre plano e podia ter  o time de cima conta o time de baixo, o gramado dava lugar  a muito mato, cercado de barro por todos os lados, tendo os buracos como obstáculos.
Dependendo do espaço, definia-se o número de jogadores, sendo a escolha por amizade ou no par ou ímpar e a duração do jogo levava em conta o condicionamento físico das equipes.
E o juiz?  Se não aparecesse um que quisesse apitar, as faltas eram marcadas no grito mesmo.
Após os jogos, tinha sempre um churrasco e cerveja aguardando os atletas e o melhor de tudo era ouvir as histórias de alguns ex atletas que foram profissionais e relembravam seus momentos de glória.
Mesmo com o fim dos campos de várzea, o futebol amador continua forte. Basta dar uma volta por aí, nos finais de semana e sempre passará por um campo de futebol, com belos gramados e outros, nem tanto, que sobrevivem graças ao esforço de pessoas abnegadas pelo esporte.
Talvez, uma das atrações desses jogos, seja um possível encontro de jogadores amadores, de atletas profissionais de folga, de ex atletas consagrados que matam as saudades dos velhos tempos e também daqueles que tentaram uma carreira profissional, porém, não vingaram e no futebol amador, complementam no orçamento familiar.
O perfil desses atletas não muda muito, Vão com agasalhos ou mochila de uma equipe profissional e, mesmo não apresentando um bom preparo físico, ainda assim, são diferenciados dentro de campo. E  após os jogos,  aquele  churrasco e cerveja aguardando os atletas e o melhor de tudo, poder ouvir as suas  histórias relembrando seus momentos de glória.