sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FUTEBOL DE RUA

Turma, depois da aula, tem pelada no campinho. Não tinha erro e o encontro estava marcado com a molecada. Vai ter futebol.
E nada de muita frescura, essas coisas de regras escritas, todo mundo descalço e a palavra de cada um é que valia. Gritou, é falta, e o jogo era parado. De vez em quando, tinha um ou outro que não aceitava, teimava que não havia sido mão, mas sem chances, a falta era marcada e o jogo rolava solto.
Par ou impar e nada dos dois craques da rua estarem no mesmo time. Era um pra lá e outro pra cá. Quem quer ser goleiro? Então, um pra cada lado. Se não aparecesse nenhuma boa alma pra catar no gol, muitas vezes sobrava pros perebas ou então, combinavam que todos jogariam um pouco no gol.
Time com camisa faz gol na garagem da D. Berta e o time sem camisa vai bombardear o portão da D. Emilia. O dono da bola tinha algumas regalias e sempre dava um jeitinho de cair no melhor time, caso contrário, tinha o perigo dele pegar a bola e se mandar pra casa.
Bola na lateral ou escanteio, “ é nossa” e quem pegasse primeiro, fazia, rapidamente, a cobrança, sem direito a choro.
Deu bicão na bola que foi cair na casa daquele cara chato, tem que ir buscar. E aquele grito que ecoava na vizinhança, uma entrada dura na canela, quebrou, não quebrou. Falta garantida no berro.
Uma vez ou outra, o clima esquentava, um bate boca rolava, início de confusão, mas a turma do deixa disso logo chegava, acalmava e a pelada continuava.
A bola correndo solto, todo mundo suando muito, cansados, a noite chegando.
O jogo tá 8 X 1 pro time sem camisa, as mães chamando pro banho, dando um ultimato, ameaçando que, se não viessem imediatamente, o castigo viria a cavalo.
A regra é clara, como diz o Arnaldo. Quem fizer o primeiro, ganha.

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