segunda-feira, 2 de maio de 2011

PÊNALTI É LOTERIA!!!!!!!

 
Nos seus tempos de moleque, ele jogou em muitos timinhos de rua e de escola.Vídeogames, computador...que nada!!! nada melhor que um campinho de terra, de tênis, chuteira ou mesmo descalço, a bola de capotão, time sem camisa X com camisa...juiz, nem pensar.A falta era marcada no grito e, geralmente, respeitava-se essa "regra".
Par ou ímpar para ver quem começa escolhendo, times formados e lá vamos nós para o jogo.
Carlinhos não era nenhum craque, ficando sempre os últimos para serem escolhidos. Mas não tava nem aí, pois queria mesmo era poder bater uma bolinha e divertir-se, acima de tudo.
Um dia, a turma teve que pegar ônibus e, depois de uns quarenta minutos, cruzando a cidade,desceram no ponto e ainda camelaram por mais vinte minutos até chegarem no local do jogo.O campo não era nenhuma maravilha, mas Carlinhos não parava de olhar para todos os lados, como que prevendo algo.
O jogo iria começar e a equipe adversária tinha no elenco, quatro atletas "federados", que treinavam no infanto juvenil do São Paulo, esse mesmo, o do Morumbi.A parada ia ser dura, mas...apita o juiz e Carlinhos, não me perguntem por que...estava entre os titulares.
O time dos "federados" era muito melhor, então a tática adotada era jogar com dez lá atrás e um protegendo a defesa, tentando levar a decisão para a prorrogação e, se possível, para a cobrança de penalidades máximas.
Chute de bico pra tudo quanto é lado e pra onde estivesse virado. Isso, sem contar que o Bolinha, o goleiro estava numa tarde inspiradíssima, fechando o gol.
Final do primeiro tempo e 0 X 0. No segundo tempo, massacre total, ataque em massa, mas nada da bola entrar. E vem a prorrogação.
Carlinhos e seus companheiros resistem heroicamente e levam a decisão para os pênaltis.Cada equipe teria direito a cinco penalidades máximas e, se após isso, persitisse o empate, viriam as cobranças alternadas, até que houvesse um vencedor.
Batem os cinco e...empate.Daqui em diante, se um fizesse o gol e o outro errasse, fim de jogo.
Bolinha no gol e Polenta, atleta "federado" do São Paulo, arruma a bola com carinho, dá três passos para tras, olha como que ameaçando o goleiro, dá uma risadinha sarcástica e chuta...por cima do travessão.
Seu Tulipa, técnico do time, procura entre os jogadores, mas só restava um que ainda não havia batido o pênalti.E chama Carlinhos. Vai lá , garoto, é a sua vez de bater e, embora não acreditasse, disse: marque o gol e o título será nosso.
Carlinhos tremia, enquanto caminhava em direção a marca da cal e ia escutando os companheiros...uns pediam que enchesse o pé, outros, que ele batesse colocado, no lado oposto do goleiro, como se isso fôsse fácil para o Carlinhos.No fundo, todos tinham a certeza que ele perderia o pênalti.
Carlinhos toma distância e com os olhos fechados, chuta o mais forte que pode e...bola no ângulo...GOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!!!
Tem quem diga que pênalti é loteria.Naquele dia, Carlinhos ganhou na loteria sozinho.

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