sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

MAELE E JOEL



Na sombra do Jambolão do Trapiche dos Pescadores, um calor sufocante, batendo um papo tranquilo e os dois irmãos dando uma geral no barco para mais um dia de pescaria e o Zezinho veio com a pergunta: Vai me dizer que eles também foram seus alunos? No fundo ele já sabia a resposta e apenas comentei... Quem? O MAELE E O JOEL? Claro que foram e tenho muito orgulho disso. E foram do tempo que o muro do C.E. Tiradentes era baixinho e a quadra de esportes, com seu cimento áspero estava sempre com alguém batendo uma bolinha.
Ismael, era assim que eu o chamava, correndo, driblando, fazendo gol e, de repente, vinha o grito, avisando, abaixa que seu pai tá passando. Com medo da bronca do pai, rapidamente abaixava-se, mas, tão logo o perigo passasse, o futebolzinho voltava a correr solto.
Hoje um quarentão, continua companheiro da bola, talvez não com a mesma velocidade de outros tempos, mas mantém a alegria de jogar.
E o Joel, sempre com um jeito mais caladão e um cavalo na proteção da zaga. Joga quieto, quase não reclama durante o jogo, mas com um ótimo senso de marcação, chegando junto e firme, sem ser desleal.
Pode ser Futsal, Futebol de Areia ou Futebol de Campo, vão estar lá, prontos para o jogo, o Maele mais agitado, reclamando da arbitragem, do adversário e, às vezes, dos companheiros de equipe, enquanto o Joel, tranquilo na dele e ligado na marcação.
A formação familiar que tiveram, pela educação proporcionada pelos pais, com a paciência de um pescador que sabe o que é essencial, conhecendo as leis da natureza e, dessa forma, ir lapidando o caráter e sempre aprendendo com os gols perdidos e com um mal dia de pescaria, com perseverança e determinação.
Maele e Joel, se um dia você bater uma bolinha com eles ou acompanhá-los numa pescaria, pode ter certeza, vai valer a pena.

Um comentário:

  1. O "Maéli" foi contemporâneo meu da escola. Ele e o Joel. Acompanhei bastante as correrias deles na "cancha" do Tiradentes. Ismael tinha uma propensão incrível a perder gols, mas foi pegando o jeito. Assim como o Joel foi afinando a pontaria. Este eu sempre quis ver no Cervejas. Talvez ainda tenha oportunidade. Dia desses, tive o desprazer de ver a confusão que terminou num Ismael paralisado na areia da praia e seu irmão partindo para o troco contra o autor do chute crimonoso que o nocauteou. Felizmente, tudo bem com ele...

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