Estava eu assistindo aos noticiários na televisão sobre a morte do Chico Anísio, comentaristas relembrando os brilhantes personagens que encantaram a todos, jornalistas entrevistando familiares, amigos e pessoas que caminhavam pelas ruas, todos fãs incondicionais do grande Chico, relembrando seus bordões...e o salário, ó, enfim, histórias contadas e recontadas sobre a trajetória de sua vida, mestre em fazer graça, o cearense que veio lá de Maranguape, no Ceará e tomou conta do mundo com seu inigualável talento.
E as homenagens sendo feitas em todos os cantos do país, entrevistas que surpreendiam pela simplicidade, franqueza e sempre com uma tirada de humor que levava o público ‘as gargalhadas.
E tudo isso com o homem, o artista ainda vivo, presente com a sua graça no nosso dia a dia, nos fazendo rir e deixando o dia mais leve e mais feliz.
Chico Anísio e outros, infelizmente, são exceções em terem a chance de serem reconhecidos na plenitude de suas vidas. Normalmente o que acontece é que a pessoa termine sua missão aqui entre nós e daí, comecem a chover as homenagens, as honrarias... ah!! como ele era bom e por aí vai.
Quero me reservar somente ‘as pessoas que vivem aqui em Porto Belo. Tantos que já partiram e, desculpe a franqueza, só foram reverenciados durante o velório ou então, posteriormente, ganhando um nome de rua, de escola, praça.
E quer saber??? Não custa nada e não dói nem um pouco. Quando você estiver caminhando próximo ao posto de gasolina e ao posto de saúde aqui no centro de Porto Belo, ali do outro lado da rua, uma casa de esquina e vai observar uma senhora super simpática, que já passou dos 90, mas sempre com um espírito jovial; por favor, dê uma paradinha em frente ao portão e diga...BOM DIA, D. RISOLETA. Pode ter certeza, tanto ela como você vai ganhar o dia.
E se numa dessas idas e vindas ao mercado ou padaria, quem sabe dá de frente com o SEU VADINHO; não hesite, pare e pode falar mais alto que o normal. BOA TARDE SEU VADINHO. Ele pode até não te reconhecer, mas siga adiante, repita o boa tarde um pouco mais se for preciso e diga o seu nome. SEU VADINHO, sou eu, o Vadão. Vai parecer conversa de louco, com os gritos indo e vindo, mas, meu amigo, vai valer muito a pena e como vai.
E por aí, vai. Na sombra gostosa do jambolão, lembranças do velho pescador, SEU ARGINO, que faz bem para os nossos corações. E o SEU NABOR, então. É conversa pra mais de metro que nos cativa, querendo mais.
Pode ser logo de manhã ou depois do almoço, não tem jeito, lá está ele, caminhando ou batendo uma prosa, sentado no banco das lojinhas de artesanato e da livraria. SEU DEDÉ, firme forte.
E, sempre elegante, com sua caminhada diária e acenando a todos que por ele passam, um caloroso bom dia, O SEU MÁRIO SERPA, de tantas histórias e realizações por Porto Belo.
Como não se lembrar da D. ALTAIR, sempre a postos na velha padaria e observando quem passa na rua. Você pode até não querer comprar um pãozinho, mas entre pela porta lateral e deseje um bom dia ou então fique mais um pouco, escutando boas histórias de antigamente.
E lá vem ele, com sua inseparável bicicleta, olhando para os lados para ver se acha alguma latinha e o bom dia vem fácil...bom dia, SEU DEGO e ele seguindo seu caminho.
Vinha caminhando e conversando com ele agora de manhã e, com quase toda certeza, ele estava indo ao Zoni. Fez 85 anos no último dia e tá sempre numa estica. Como ele mesmo diz, tenho que me cuidar, certo? É isso aí, SEU ROBERTO.
Ah!!!!! Essa pessoa é muito especial para mim, desde que cheguei a Porto Belo. Foi minha segunda mãe, mulher forte, apesar dos percalços da vida, a D. MARIA ALTIVA da Vila Mateus vale ouro.
Eu poderia ficar aqui por mais tempo, lembrando-se de outras pessoas que enriquecem nosso dia a dia, mas o mais importante, sem dúvida alguma, é que nada melhor que uma boa conversa para aquecer nossos corações.
Não deixe para amanhã e faça sua homenagem agora. E se lembrar de mais alguém, é só me falar, que será mais um para ser lembrado.
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