segunda-feira, 11 de junho de 2012

ELE E A BOLA

  
Era uma vez um moleque que adorava jogar bola. Todos os dias, na escola, durante o intervalo, desafiava seus amigos com uma bola de meia, uma tampinha ou uma latinha e o gol marcado com duas pedras.
Depois da escola, o dever pronto, corria para o campinho onde os amigos o aguardavam para uma pelada. Dois eram escolhidos para assumir o papel de técnicos. Par ou ímpar e feito isso, iniciavam as contratações de forma alternada. Os times sem camisa para um lado e com camisa para o outro.
Os juízes eram os próprios jogadores que defininiam as regras, sendo proibida reclamação, embora ocorresse a todo o momento, mas, qualquer falta cometida ou bola fora, era pedir parou... parou e ponto.
Durante a partida, cada um fazia aquilo que achava melhor para si e para a equipe e se a decisão fosse errada, os técnicos chamavam a atenção, pois ninguém queria perder, ainda mais porque tinha time fora seco para entrar.
Horas de jogo com jogadas de efeito, lances de classe, furadas incríveis, gols perdidos. Os mais velhos marcavam os mais novos, principalmente os mais habilidosos e esses, por sua vez, tentavam ajudar os novatos das peladas, tocando a bola para eles, embora logo pedissem de volta ou então a tomando de volta para seguir o jogo.
E o jogo seguia, um tempinho para tomar água na torneira da casa da vizinha e, sem descanso, de volta para a bola. O apito final vinha quando o Sol começava a esconder-se atrás dos prédios que cercavam o campinho e era hora de ir para casa, pois amanhã teria mais.
O tempo passando, as crianças crescendo e o gosto pela bola permanecia o mesmo. Alguns deles queriam mais e sonhavam em seguir em frente. Quem sabe, jogando na várzea, um olheiro de um time profissional os levaria para fazer um teste numa peneira.
Para outros, dava para ver que não tinham jeito, o jogo era uma brincadeira, sem maiores anseios, era jogar para divertirem-se, não permitindo que se transformasse numa chatice sem graça e assim, continuarem a jogar com o mesmo prazer do tempo de crianças.
Chega o momento do divisor de águas, ou melhor, divisor de gramados, sempre lembrando que as histórias sempre iniciam com "era uma vez", porém nem todas tem um final feliz " e viveram felizes para sempre"
Mas sempre valerá a pena sonhar, mas com os pés no chão.

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