terça-feira, 8 de setembro de 2015

CANJA DE GALINHa

                    
Todo santo dia era a mesma coisa. A D. Maria quebrando o pau com o Agenor. Agenoooooor, apaga a luz do banheiro e  desliga logo esse telefone. Se for tomar banho, tem que ser rápido e de água fria. Televisão ligada só na hora do jogo e da novela e vê se tira da tomada quando for dormir.
Tudo bem que não precisava deixar chegar nesse ponto, poderiam fazer um ajuste lá atrás, deixar a carteira no bolso, cortar despesas, mas pareciam o Usain Bolt nos 100 metros, numa disparada afoita, libera aqui, autoriza ali que damos jeito na fera. Grana faltando, despesa crescendo a galope, as coisas fugindo do controle e a culpa para variar sobrando para os outros.
E coitado da D. Maria. A bolinha dela tá bem murcha, sem crédito na praça. Até tenta explicar  para o Seu Manoel, da padaria, mas ele não escuta e não quer nem saber.
E olha que não foi por falta de aviso. A D. Maria segue em frente, deixando para amanhã e vai adiando suas decisões, negando-se a dar respostas que esperam.  Talvez não tenha essas respostas ou então o que falta é vontade ou  incompetência.
Para a D. Maria está tudo uma maravilha e nem passa pela sua cabeça, razões para preocupar-se.
A  caneta é poderosa e a tesoura, afiadíssima. Se demorou ou não, não se sabe, mas percebe-se que o buraco fica mais fundo a cada dia que passa e o mais preocupante é que continuam escavando com força máxima.
O dono da farmácia contou para a D. Maria a história do filme, que trata-se do reino de Lavanduja, onde os súditos viviam para pagar altos impostos, embora para alguns, a crise passava bem longe.
O povo revoltou-se, foi ‘as ruas reclamando por seus direitos. Foi um Deus nos acuda.
Deixando o filme de lado, a  D. Maria tem que cair na real, pois a torneira da esperança e da prosperidade ficou aberta durante muito tempo.  A cachoeira está secando e as gotas de preocupação respigam para todos os lados.
A vovó já dizia que canja de galinha não faz mal a ninguém.

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