sábado, 7 de maio de 2016

LEANDRO LOSS, O FILHO DO SEU NORMANDO


Hora do recreio no  Colégio Tiradentes e o professor de Educação Física em vez de de ir para a sala dos professores, dar uma descansada e jogar conversa fora com os outros professores, preferia ficar no pátio, brincando com os alunos ou na velha quadra de esportes para ver um joguinho que sempre rolava.
Entre uma e outra  brincadeira , o tal professor ensaiava alguns golpes de artes marciais e a roda de alunos ia se formando em torno dele, meio desconfiados com aquele maluco, mas, aos poucos, arriscavam-se e desferiam chutes para o alto e socos no ar até que batesse o sinal para que todos retornassem para as salas de aula. O recreio era para o professor e seus alunos, uma festa, com muito companheirismo e amizade.
Tinha um aluno que ficava sempre observando as “ lutas “ do professor, e chegou o momento que foi para o meio da roda, ensaiando seus primeiros golpes que o levaria para uma caminhada de conquistas em sua vida.O professor já antevia nele, um campeão,  com um poder de persistência enorme, uma vontade de aprender sempre mais e mais, batalhando e superando desafios, além de ser  uma pessoa muito educada, sempre tratando a todos com muitos respeito.
Leandro Loss, o filho do seu Normando, mostrava a que veio e que teria uma trajetória de campeão, com seu jeitão simples de ser, amigo, solidário e competente , que , mesmo com as lombadas da vida, foi em frente  e com golpes de mestre, passando por cima das dificuldades.
Quando o professor Clóvis Duarte apareceu em Porto Belo, para iniciar um trabalho na modalidade de Karatê, era a oportunidade do Leandro aperfeiçoar-se nas artes marciais, mas, o que exalta ainda mais o seu caráter, sempre lembrando dos primeiros chutes e socos com seu professor de Educação Física, amigo e parceiro.
O tempo foi passando, ele perdendo o cabelo, meteu-se na política, embora reconheça que não fosse a sua praia e, de aluno nota 10, tornou-se professor e exemplo para seus alunos.
Juntos, o Leandro e seu velho professor, foram para Florianópolis, em 94, ele como o primeiro atleta que representou Porto Belo em uma edição de Jogos Abertos e seu professor como ““técnico”, embora, quem realmente o ajudou nos treinamentos tenha sido o Fulvio Trevisan, atleta experiente na modalidade.
Por um período, mudou-se para Curitiba e em 97, treinou lado a lado com o então campeão mundial, Nelson Di Santi. Retorna para Porto Belo em 2000, quando  o seu pai, seu Normando, faleceu, no mesmo ano que ele graduou-se na faixa preta, 1º Dan e até 2004, liderando o ranking catarinense de Karatê Interestilos e segue no seu brilhante trabalho, formando novos alunos que, através da prática de artes marciais, tornam-se verdadeiros cidadãos.
E o velho professor de Educação Física tem o maior orgulho de conviver com ele e ter o privilégio de ser seu amigo.

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