sábado, 24 de setembro de 2011

MARATONA: ONTEM E HOJE

Os atletas já estão se preparando para a primeira Maratona Caixa SC, que acontece dia dois de outubro, em Florianópolis e, segundo os organizadores, o percurso foi planejado para ser o mais rápido do país.
Você vai, inscreve-se, calção, camiseta e o velho tênis da pelada do fim de semana. Ôpa!!! uma maratona não começa quando você decide que vai correr. Dormir cedo, acordar cedo, esquecer alguns tipos de alimentos e de bebidas. Treinos e mais treinos e mais treinos, com profissionais especializados, consultar seu médico para assegurar que está tudo Ok.
Você pode até não ter ambições de um alto desempenho, com excelentes tempos, mas quer cruzar a linha de chegada e tornar-se um vencedor, bater no peito e afirmar que completou a prova.
Mas já houve um tempo em que participar de uma maratona era muito complicado. Nos Jogos olímpicos, realizados em St. Louis, nos EUA, em 1904,a prova de maratona foi um caso ‘a parte.
Com uma temperatura de 40 graus, o calor sufocante não assustava, de forma alguma, o “atleta” cubano Felix Carbajal. Trabalhava como carteiro e para poder participar da prova, arrecadou dinheiro nas ruas de Havana, capital de Cuba, porém, após uma visita ao cassino de New Orleans, perdeu toda grana e o jeito foi ir a pé e um pouco de carona até o local da competição e,acreditem , vestindo uma calça comprida, camisas com mangas compridas e um par de sapatos de passeio. Chegando lá, cortou as mangas da camisa e pernas das calças e alinhou-se com os demais competidores.
Um dos favoritos. O americano John London liderou até os 15 km, mas passou mal e abandonou a prova. Carbajal, o carteiro cubano, mesmo parando de vez em quando para bater um papo com o público, assumiu a liderança. Bateu a fome e, não teve dúvidas ao passar em frente a uma macieira; devorou um monte de maçãs, que foram sua desgraça, por estarem verdes. Sentiu-se mal, foi perdendo rendimento, vomitando pelo caminho e, ainda assim, obteve o quarto lugar.
Após mais de três horas, o americano Fred Lorz é o primeiro a cruzar a linha de chegada, aparentando tranqüilidade e nem um pouco de cansaço. Quando já estava recebendo a sua medalha, aparece outro americano, Thomas Hicks, em segundo lugar, alegando que havia tomado a liderança nos 30 km e, a partir daí, ninguém o havia ultrapassado.
Hicks foi declarado vencedor, pois Fred Lorz havia enganado os organizadores da prova, e na altura dos 15 km, abandonou a competição, descansou por um tempo, conseguiu uma carona até o estádio, local da chegada, para pegar suas roupas.
“Esperto” saltou um pouco antes, entrou no estádio, com o público aplaudindo-o ruidosamente. Mas não teve sucesso, admitiu a fraude e foi desclassificado.
O próprio Hicks, vencedor da maratona, estava muito exausto e tomou umas doses de conhaque, dadas por seu treinador, que o ajudaram, sem dúvida, a completar a prova.
Talvez tenha sido a maratona mais bizarra de todos os tempos, embora, cem anos depois, nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, o brasileiro Vanderlei Cordeiro, que liderava a prova, tenha sido agarrado por um maluco padre irlandês.
Mas isso já é uma outra história.

Um comentário:

  1. Fala Vadão,
    muito boa essa história. Pelo jeito, até mesmo competições internacionais vivem seus dias de "realismo fantástico"! Abração!

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