terça-feira, 3 de julho de 2012

O BOA PRAÇA CESINHA DO MIRAMAR


É o cara que todo mundo quer ter como amigo. Sem essa de tempo feio, de acordar com o pé esquerdo, de achar que nada dá certo.
Ora, todo de branco, parecendo um doutor, ora com seu paletó ou então com a camisa do Corinthians, dependendo do resultado do jogo no fim de semana e lá vem ele, com o sorriso nas orelhas, distribuindo bom dia para todo mundo e se o Miramar ganhou no sábado... seguuuuuura o Cesinha.
Nascido em Florianópolis e filho da terra de Santa Luzia, aos 13 anos já dava seus primeiros chutes no time do Luziense. Em 1990, começou a participar da equipe do Veteranos do Miramar e não tem como imaginar o Cesinha sem o Miramar e vice versa.
Já passou dos 400 jogos pela equipe e é um atleta polivalente na defesa, sendo que por muito tempo foi o dono da camisa 6,na lateral esquerda. Mas, se fosse preciso, jogava pela lateral direita ou na zaga, aonde vem jogando atualmente, mas sempre com um enorme espírito solidário que é uma marca do Cesinha.
O início das atividades do Veteranos do Miramar não foi nada fácil. Não tinha campo e nem sede, mas com a determinação de todos os componentes, aos poucos, foram superando todos os obstáculos e hoje, tendo 'a frente, como presidente, meu ex-companheiro de zaga, Luciano Machado, a sede está praticamente concluída no Sertão de Santa Luzia, sendo uma das equipes máster mais respeitadas na região.
O Cesinha tem uma grande contribuição nesse processo. Atual diretor técnico é ele que tem a árdua função de montar o calendário dos jogos durante o ano todo. É telefonema pra cá e pra lá, imprevistos no meio do caminho, uma ou outra mudança, mas a tabela vai fechando e depois de concluída, Cesinha, com a calma de sempre, tira cópias e distribui para todos os atletas, embora sempre reforce o aviso do próximo jogo.
Chega o dia do jogo, os atletas vão chegando ao ponto de encontro, vão acomodando-se nos carros, rumo ao campo. No vestiário, chuteiras para todos os lados, a pomadinha milagrosa que não pode faltar e a distribuição do uniforme. De quem é a 6? e a camisa é arremessada para o Cesinha, quem mais?
No campo, o pessoal se aquecendo, chutando bola em gol e o Cesinha chama todos para a rodinha. Hora da oração, puxada por ele, o pedido para jogarem com raça, sem bola perdida, marcação forte, muita determinação e o grito de guerra: MIIIIIIRAAAAAAAMAAAAAAAR !!!!
Durante o jogo, ele é raçudo e dotado de um excelente preparo físico, parece um carrapato marcando os adversários. Mas sai de perto quando o treinador resolve substituí-lo; parece uma criança, fica emburrado, cara feia e sai bem descontrariado.
Mas, me digam quem gosta de sair de um jogo? E com o Cesinha isso não é diferente, embora hoje, mais maduro, entenda melhor esse tipo de situação.
Teve um jogo em 95, no campo do Luziense contra o Vila Real. O Cesinha tinha viagem marcada à noite para Aparecida do Norte. Outro, talvez, faltasse no jogo, mas o Cesinha não perderia por nada.
E veio o prêmio. O jogo terminou 2 X 2, mas Cesinha, após um perfeito lançamento, caiu pela linha de fundo, avançou e, no contra pé do goleiro, marcou o gol de empate, sendo considerado o melhor em campo. Durante a semana seguinte, quem cruzasse por ele na rua ou na Prefeitura, iria escutar por inúmeras vezes a descrição do gol dele. E gueeeenta o Cesinha.
Após o jogo, na recepção, é o relação pública, atendendo o pessoal da equipe adversária com muita educação e sempre muito prestativo. Enquanto todos estão jantando, de novo ele, no comando da rifa, com brindes que ele conseguiu durante a semana.
No final do ano, a diretoria do Miramar organiza um congraçamento com os atletas, colaboradores e as famílias. Há premiações para os artilheiros, o tradicional amigo secreto, homenagens aos atletas e em 2011, o destaque do ano foi o Cesinha, por tudo que fez dentro e fora do campo, prêmio mais que merecido de alguém que se doa completamente para a equipe do Miramar.
O Cesinha é um figuraço. É o cara. É do bem, alguém com quem sempre pode se contar.

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