domingo, 9 de outubro de 2011

BURUNDANGA

Tá melhor? O que? Quem sou eu? onde estou, é tudo tão estranho; tava parecendo o Professor Guimarães, personagem do genial Golias.
Mas era sério. A enfermeira coloca mais um travesseiro sob o meu corpo, ergue a cama mais um pouco e me dá um copo d’água com um comprimido. Parecia que um elefante equilibrava-se na minha cabeça.
E não se lembrava de nada. A burundanga te atacou. Burundanga???
O meu celular ficou sem bateria e como tinha que telefonar urgentemente para o trabalho, parei no orelhão mais próximo, no centro da cidade. Enquanto digitava o número, um senhor aparentando uns 40 anos, com o braço direito engessado, para ‘a minha frente e pede, com educação, se eu poderia anotar um número para ele, pois com o braço imobilizado, não tinha como fazer isso sozinho.
Passou-me uma caneta e um pedaço de papel. Anotei o tal número, devolvi ao senhor e, sem mais, nem menos, minhas pernas cambalearam, uma tontura tomou conta de mim e pensei... vou desmaiar.
A enfermeira estende a mão, coloca o comprimido na minha boca, eu ainda zonzo e o doutor falando. Essa burundanga não é fácil e quando pega é pra valer.
Segundo ele, tive sorte, pois se eu tivesse ficado mais tempo com o “inocente” papel na mão, o botão OFF poderia ser acionado e eu sendo desligado do mundo.O doutor me explicou que a burundanga ou escopolamina é uma poderosa droga, também usada na medicina, porém, se cair nas mãos de criminosos, torna-se uma arma letal e suas vítimas ficam completamente indefesas.
Que o espírito dos escoteiros esteja presente e nos deixem sempre alertas.

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